Homem feito a imagem e semelhança de Deus: O problema da distorção.

Homem feito a imagem e semelhança de Deus:

 O problema da distorção.

Texto: Gn 1.26.

Introdução:

É de conhecimento de todos nós que o pecado é o autor dos nossos problemas, ou seja, o afastamento de Deus que nos leva ao abismo mais profundo do nosso ser. Também é de entendimento comum que Jesus morreu pelos nossos pecados nos levando ao relacionamento com Deus. Aqui temos um problema, que é o pecado, e temos a solução, que é Jesus, mas porque apesar desta maravilhosa solução não alcançamos a satisfação plena com o Senhor? O que nos falta? Muitos falam que o tem, mas não o vivem, sofrem angustias, frustrações, decepções etc. mesmo conhecendo o autor da nossa salvação. O que verdadeiramente ocorre com o homem?

Este estudo tratará como Deus nos criou sem os nossos problemas a Sua imagem e semelhança, a distorção desta e a proposta do Senhor por meio de Jesus na intenção de voltarmos à total dependência Dele.

1)      Entendendo a imagem e semelhança do homem em relação a Deus.

Quando Deus nos criou sua intenção foi fazer-nos semelhantes a Ele. O Que isto significa? Significa que o Senhor Criador nos fez semelhante e não iguais. A imagem significa que Deus nos fez para exprimir algo que O representa.

O que a Bíblia quer dizer é: “...o homem é como Deus nos seguintes aspectos: capacidade intelectual, pureza moral, natureza espiritual, domínio sobre a terra, criatividade, capacidade de tomar decisões éticas e imortalidade.” (GRUDEM, 1999).

2)      A distorção imagem e semelhança do homem em relação a Deus.

O pecado nos separa de Deus (Is. 59. 1-3), mas não perdemos a imagem e semelhança de Deus (Gn. 9. 6; Tg. 3. 9). Sofremos alterações nos aspectos da imagem e semelhança, antes O representávamos muito bem, agora após o pecado tudo foi alterado para pior. Não somos mais plenamente a imagem e semelhança de Deus no sentido em que, os aspectos em comum foram alterados, ou seja, a nossa capacidade intelectual foi corrompida pela falsidade, a pureza moral se perdeu, a natureza espiritual apesar de ainda eternos estamos longe de Deus, quando não aceitamos Jesus (Jo 3. 16).

Esta distorção da imagem e semelhança leva-nos a buscarmos o preenchimento do vazio gerado pelo pecado, que é o afastamento de Deus. Temos criado uma compreensão errada sobre o que é pecado em nossas igrejas, criamos uma lista de itens, não quero dizer que não os são, mas a estrutura, e a base é que nos leva a esta lista. O pecado nem sempre está no âmbito moral, mas na busca da independência humana a Deus. “Como portadores caídos da imagem de Deus, estamos determinados a encontrar satisfação para os nossos anseios em jamais reconhecer a autoridade de Deus e nos aproximar dele como Ele quer”. “Nenhum pai ou mãe, primo ou pastor pode, jamais, prover satisfação completa para um portador caído da imagem de Deus. Fomos projetados para Deus; ninguém mais nos satisfará” (CRABB, 2000). Foi á proposta feita no momento da queda do homem, a independência (Gn. 3. 1-7).

3)      A solução proposta por Deus ao homem por Jesus.

Temos sede de Deus, mas buscamos nas coisas e pessoas, desesperados diante de uma dor interna buscamos saciar nossa sede. “Para discernir por que portadores da imagem de Deus sedentos passam bem ao lado das fontes refrescantes de água viva em busca de satisfação na areia seca do deserto, precisamos entender a insensatez do pecado” (CRABB, 2000). Somos responsáveis para o retorno a Deus, pois como agentes ativos diante do pecado temos que nos posicionarmos e escolhermos se queremos satisfazer a nossa sede de Deus (Sl 63. 1; 42. 2; 143. 6; Jo. 4. 13-15; 6. 35; Ap. 22. 17)na fonte de água vive ou na areia seca do deserto.

Deus pai não nos esqueceu e operou e tem operado a transformação por meio de Seu Filho Jesus que nos redimiu gerando a possibilidade de encontrarmos satisfação, dependermos e sermos novamente de forma gradual a Sua imagem e semelhança (Rm 8. 29; I Cor. 2. 16; 15. 49; II Cor. 3. 18; 4. 4; Cl. 1. 15; I Jo. 3. 2). Pelo o arrependimento e a santificação voltamos de forma gradual à dependência de Deus e saciamos a nossa sede Dele.

Conclusão:

Saber apenas o que é pecado diante de uma lista de itens não resolve, precisamos entender como o pecado opera em nós nos separando de Nosso Criador. Somos a imagem e semelhança de Deus apesar de distorcida Deus trabalhou e está trabalhando para reverter este distanciamento.

Basta voltarmos a Ele que nos saciará a sede por meio de Jesus Cristo e desprezemos o pecado que bem de perto nos rodeia (Hb. 12.1).

Pr. Cristiano Dias de Almeida

CRABB, Larry. Como Compreender as pessoas: Fundamentos Bíblicos e psicológicos para desenvolver relacionamentos saudáveis. São Paulo: Vida, 2000. 144 - 157 p.

GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999. 365 p.